PARA UM CÃO


Foi quando teu olhar ausente e triste
Contemplou bem no fundo os olhos meus
Que eu percebi que a luz dos olhos teus
Guardavam só tristeza, que engoliste

Num canto, tão cansado, tu dormiste
Com medo e fome, ali clamando Deus!
Os seres lá passavam... Só o adeus,
No retinir dos passos, tu ouviste...

Um naco desta carne...Que besteira!
Furtaste!!!...Já que aqui nada era teu...
Tão pouco importa, seja a vez primeira

Perdoa, o avaro ser que te bateu
Não sabe que hoje já é sexta feira...
E você, desde terça, não comeu!


Yeyé ***  





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