AUSÊNCIA
A U S Ê N C I A
L Prado
Nem um aceno: vivo sem carinho !
Nenhum abraço: sem amor, sem afeto !
Só o que tenho é um olhar discreto
Que não ilumina o meu caminho.
E na penumbra de meu cantinho
Tudo é sonho, irreal, nada é concreto.
Tenho que caminhar , sempre sozinho,
Sentindo-me como um ser abjeto,
Mas já não choro, e nem me lamento;
Já me acostumei a esse tormento
Que é viver tão perto e estar ausente.
O tempo anda, passa muito lento.
Eu aceito, sabe, eu me contento
Em vê-la; e senti-la em minha mente.