FADO MARCADO

 

Desdita e estranha sorte ao nascituro,

que convocado à vida, vem chagado,

Provindo com a carga do pecado,

Gestado por inglória, em ventre impuro,

 

como se aglomerado num monturo,

- um lixo humano, pútrido, encarnado -

sem berço, sem amor (martirizado),

Sem lenço, documento e sem futuro...

 

Causa do desamor, da violência,

dos vícios e de todo o mal querer,

ao ser que tem por culpa a inocência,

 

e traz consigo um rastro, a condoer,

E o preço a ser cobrado na inclemência

- Marcado pra morrer, logo ao nascer -

 

 

 

PS - Ontem, foi notificado mais um caso aqui na

cidade, onde um bebê foi encontrado já sem vida,

dentro de um vaso sanitário, em um banheiro público.

Quanta crueldade!

 

DEDICADO ÀS QUERIDAS POETISAS/ESCRITORAS

IOLANDA PINHEIRO E CRISTINA GASPAR

Aila Brito
Enviado por Aila Brito em 15/02/2020
Reeditado em 29/09/2023
Código do texto: T6866937
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.