EM TARDE CHUVOSA (soneto)

Março. Em frente ao cerrado. Chove demais

Sobre meu sentimento calado, aborrecimento

Gotejado do fado.... Rodopiando nos temporais

Enxurrando desconforto, angústia e sofrimento

Verão. E meu coração sentado na beira do cais

Da solidão. Do mar do sertão cheio de lamento

Por que, ó dor, no meu peito assim empurrais

Essa tempestade e tão lotada de detrimento?

A água canta, lá fora, e cá dentro o olho chora

Implora. Para essa tempestade então ir embora

Que chegaste com o arrebol e na tarde ainda cai

E eu olha pela janela deserta, e vejo o céu triste

E, ao vir do vento, a melancolia na alma insiste

Sem que das nuvens carregadas a ventura apeai

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

04/03/2020 - Cerrado goiano

Olavobilaquiando

Vídeo no YouTube:

https://youtu.be/9mHcFis0Sd8

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 04/03/2020
Reeditado em 04/03/2020
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