RENASCIMENTO

Nuvens lentas que seguiam o fim do dia

Passavam aos pedaços e com vivas cores

No calmo devir curaram mazelas, dores

Como uma memória que se diluía.

Se foi no resto de luz a melancolia

E a noite teceu o mar dos sonhadores

Que pediram ao silêncio mil favores

Para acalmar a maré de nostalgia.

E o que antes parecia um céu fragmentado

Se tornou um lago de nuances e breu

Como retrato incolor e desbotado.

Então o ar noturno retirou o seu véu

E despertou como algo ressuscitado

A luz nascente para ser o novo céu.