O peixe que canta

Vai poeta e a flor destila alado...

Destila o que de melhor só o amor ainda ensina.

Como rosa na mão de uma pequena menina

põe no cano do fuzil de um soldado.

Cresce o crime e o desejo viciado

Que no mundo dos mais fracos já domina.

Na revouta solidão do mau amado

De crianças sem amor sem disciplina.

Vida dura que se fez a nossa volta

Foge um pouco na canção do seu passado.

Pois a vida anda se fingindo de louca.

Realmente esse mundo está mudado

É um mar onde fugimos não sei como, a nado!

Morrem os peixes poetas pela boca.