Que mente...

Que mente veste a fúria dos prazeres
Senão aquela em gozo alucinante
Na voz que denuncia rouca e amante
Os gestos de atrevidos concederes

Que espaço por que tanto ofegam os seres
Acolhe simplesmente e mais arfante
Como esse que se assume estimulante
Bem crente a posição dos afazeres

Que sob medida o resto desvendando
A pompa destacada acidulando
Em vida e de sentido carregada

Cereja que se expande arrebatando
Abrindo-se aos olhos serenada
A glória como quero saboreada

Miguel Eduardo Gonçalves
Enviado por Miguel Eduardo Gonçalves em 14/10/2007
Reeditado em 18/12/2010
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