ARROUBOS DA IRA   
Ysolda Cabral 


No lixo fui catar algumas poesias,
jogadas ali em  arroubos da ira.
Tanta poesia de tristeza, de alegria,
de saudade, de amor... quem diria!

Encontrei dueto que não mentia, 
e que previa o que aconteceria.
Ah, sorrisos e lágrimas de nostalgia,
a zombarem de mim na pandemia!

Alguns cordéis, trovas e sonetos, 
faziam coro de desdém para mim.
Continuei a catar com certo medo.

Aquele que não para e vai até o fim, 
dentro da gente, protegido de segredo.
- Nossa! Ainda bem que não te disse sim. 

**********

Recife-PE
07.05.2020
Apenas Ysolda
Uma pessoa que chora e ri de alegria,
tristeza, ou saudade sem pudor. 


* Imagem ilustração Google