Da imperfeição nasce o perfeito

De meus olhos, fizeram-se as lágrimas

De meus lábios, fez-se a dor

De meus olhos, desfizeram-se as mágoas

De meus lábios, clamou-se o amor

Das minhas mãos, voaram as pedras

Dos meus passos, traçou-se a mentira

Das minhas mãos, nada fere ou se quebra

Dos meus passos, o rancor se retira

Nasci anjo, noutro dia fui demônio

Pois da lucidez nasce o desespero

E do desleixo nasce o esmero

Sou poeta, logo retrato o que é perfeito

Em versos advindos da imperfeição

E cometendo meus erros dou voz à razão