Ciclos (84)
 
 
Não faz mal que demores! Eu te espero,
enquanto não me vens renascem flores,
as relvas recuperam seus  verdores,
viceja o meu amor que é puro e vero.
 
Espero. E nada sinto  - mágoas, dores –
porque te quero tanto e assim te quero,
de um modo tão profundo e tão sincero,
que estou sempre ao teu lado aonde fores.
 
O dia espera a noite ir-se embora,
 o sol, a chuva que soluça e chora,
e a noite cede ao dia o seu lugar.
 
O tempo também tem seus atributos,
e amadurece, sempre, os verdes frutos,
que os pássaros, famintos, vêm bicar.

 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 11/05/2020
Reeditado em 12/09/2020
Código do texto: T6944624
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