Escrevo letras simples, terra a terra

Escrevo letras simples, terra a terra,

assim como escrevo uma carta.

Parece que a mão nunca se farta

e solta a palavra que me ferra,

que tanta força faz para fugir.

À pressa, ela foge toda nua,

verdade ou mentira, sempre crua,

mas livre, como tola, a sorrir.

Irá chegar a si tão descomposta...

Você até estranha e num sorriso

pergunta porque não tenho juízo.

Devolvo-lhe um sorriso em resposta,

não quero ser poeta erudito.

Assim não dou o dito por não dito!