Máquina de Costura

Máquina de Costura

Numa pose intrigante, em um excêntrico objeto,

Bem tarde da noite havia um tagarelar medonho

Ali sentada, vó Maria, a trabalhar em seu projeto

E eu a considerar aquilo, ato suspeito e estranho!

Resistindo ao sono intenso, escondido e irrequieto

Ouvindo aquela cantiga: um ra-ta-ra-ta-ta risonho

Vendo nos pés de Maria, meu passatempo predileto

E concluindo de súbito: Ela faz mágica, pressuponho!

Era um bailar bem bonito: linha, tecido; muito afeto

Daquela família inteira, vovó bordava todos os sonhos

Em sua máquina de costura: sustentava a si e aos netos

O tempo da inocência é grande riqueza, eu suponho

E tal qual em fotografias, de um álbum todo repleto

Hoje em minhas memórias, imagens eu recomponho

JANET VITAL
Enviado por JANET VITAL em 15/06/2020
Reeditado em 10/08/2020
Código do texto: T6978052
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