A preguiça e o desleixo

Sou deixa pra lá e nem me queixo,

bagunço tudo no imperfeito e feio,

No comodismo encontro meu esteio,

Na roda da vida estanco seu eixo.

Oposto da limpeza sou incômodo,

Deixo os pratos sujos noutro dia,

Nos lares transformo em agonia,

Na sujeira e mofo dos cômodos.

E ainda faço as cruéis dissensões,

Entre casais que me juntam nas ações,

Como arreio de suas picuinhas.

Tenho nome e gosto que porcaria,

Encho o mundo de toda velharia,

Separo meu lixo na hipocrisia.

Se quer me seguir tenho defeitos,

Sou a preguiça e o desleixo.