Canto da Morte

Ó, grande Tânato, servo do inferno,

Filho da Noite, Ceifeiro da vida,

Dono das chaves dos Campos Eternos,

A ti dedico a canção da partida:

Quando seu manto, de preto funéreo,

Tal como um véu, me recobre a visão,

Abro caminho no triste e cinéreo

Rio Aqueronte, no mar da aflição.

Frente aos juízes, no vil tribunal,

Onde a maldita sentença decreta

'Eternidade à prisão abismal!',

Viro, na sina que a foice acarreta,

Alma penada, vivendo imortal,

Dentro do aflito versar do poeta.

Vitor do Carmo Martins
Enviado por Vitor do Carmo Martins em 20/07/2020
Reeditado em 21/07/2020
Código do texto: T7011353
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.