Soneto à Mademoiselle

Lanço cada palavra com máximo cuidado, senhorita

Eu me desdobro, compulsiva, em verbetes para expressar

O que vai dentro, la no fundo, a conjugação do verbo amar

Meu manifesto, intempestivo, áquela que habita

Se me constrange, de passagem, o que palpita

A pulsação dos sentidos já não posso controlar

A caneta prossegue, intrépida, querendo voar

Querendo o toque, afasta a desdita

Ao ler, peço-te fechar os olhos, de saudade

As linhas se comprazem, troféu ao vencedor

Tudo se resume à impecável e célere vontade

Se me perguntas onde guardo tanto louvor

Eu respondo que deixei de lado a castidade

E, com espaço de sobra, transbordou o amor

Poetisa da Noite
Enviado por Poetisa da Noite em 20/08/2020
Código do texto: T7041153
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.