Soneto ao infiel

Sou uma mulher e nada mais

De equilíbrio distante

Com pés e alma lavada no presente

Com olhos de espiar no recente passado.

Tenham pena de mim, oh homens cruéis,

Deitem vagarosamente, silenciosamente sobre tantas

Seus corpos lascivos

De piscadelas de escárnio.

Hoje, e meu tempo é quando dure,

Não sei fazer rimas.

As literatices tornaram-se enfadonhas.

Sobrou-me a certeza errante,

E a pena dos desolados, a dolência dos loucos,

De que homens vivem de volúpia e morrem sem ter amado.

Géssica Ranieri