CRUEL DELONGA
Silva Filho
(seguindo a Poetisa Ania em “Por que só agora, amor?”
Não sei onde jazia o sensor de amor,
Na temporada em que o amor sorria,
Mesmo sabendo, minh’alma não dizia,
Ao coração em estado de torpor!
O tempo... mais veloz que ventania,
Jamais deu azo ao momento promissor,
Deixando a grã paixão perder a cor,
De tanto se expor em sesmaria!
No pressuposto de uma vida longa
O amor fica à mercê duma cruel delonga
À espera do encontro tão sonhado!
Quando o amor, sutil, passa batido,
O Poema reconhece... que tudo está perdido,
Mas o amor pode ser reinventado!