Soïdade Portuguesa

A minha mão é o ramo das acácias

onde a tua borboleta vem pousar...

Às vezes foge, às vezes, devagar,

espalha em mim pólen de outras estâncias...

O meu olho é o jardim das aventuras,

Éden de brincadeiras e delícias,

Xangri-lá do néctar e das primícias,

cama dos guerreiros sem armaduras...

O meu solo é um castelo medieval

cerzido entre alamedas e palmeiras

na pele de horizontes alcançados...

A minha alma é o Reino de Portugal...

Príncipes e princesas rotineiras

dançam valentemente, em par, seus fados...