Encontrei meu lugar na matéria gasta
Encontrei meu lugar na matéria gasta
Nas coisas que definham, na decomposição
Em restos, destroços, nas cinzas do chão
Em tudo que apodrece e no verme que se arrasta
Encontrei meu caminho nas coisas nefastas
No hediondo, no abismo na escuridão
Voltei-me para a angústia do meu coração
Pois a vida é ilusão e o resto não me basta
E tudo se reduz em cinzas e fumaça
Aceitei meu suplício abraçando a desgraça
E não ponho verniz no absurdo da vida
Vago pelo mundo expondo as minhas feridas
Eu desprezo a mentira que conforta
Repousando entre os sepulcros e flores mortas