LUCIDEZ E LOUCURA
LUCIDEZ E LOUCURA
O soneto que hoje fiz foi escrito
D’uma forma correta, d’um modo inverso
Sei que morro no final de cada verso
Para enfim renascer no infinito
Infinito este no qual ecoa meu grito
Nos confins de meu pequeno universo
Onde comigo falo, me contradigo, desconverso
No mesmo instante que sou feliz, estou aflito!
Travo um diálogo mudo entre lucidez e loucura
No mundo claro, na minha sala escura
Onde, cansado de não correr eu me deito
Tateando na cegueira, minha mão procura
Achar o teu semblante, a tua figura
Para dormir o sono do amor no teu peito