Relâmpago

Para o amor relâmpago existe lenitivo:

há quem ande de carro até a gasolina

acabar e ouvir atrás muita buzina,

porém há quem termine triste, disjuntivo,

-

derramando suas dores em libação alcoólica.

Eólica é a dor que vai aos quatro ventos,

a dor de certa ausência ainda em pensamentos,

dor que se torna longa e melancólica.

-

Dor que dentro do copo tenta ser volátil,

dor que nunca acaba: ene, a, ó, til.

Mas no amor relâmpago essa dor é traste,

-

o coração sempre é um músculo contrátil,

não gosta de esforço, prefere algo sutil,

embora não silencie, prefere o contraste.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 28/02/2021
Código do texto: T7195018
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