Bom conselho ao defensor do indefensável
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Enquanto alguém defende o indefensável
o que se expressa é ódio, cinismo e escárnio,
sangue de cascavel nos miasmas do canto,
peçonha em forma humana, dentes de serpente,
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língua de ignomínia, mentiras, centelhas,
falsas epifanias de quem teme as luzes,
preferindo arcabuzes, não contra o próprio
peito, para matar a falta de nobreza.
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Saia detrás da ameia, mostre outro rosto,
viva todo desgosto da pior decepção:
a vinda de si mesmo na tarde trevosa;
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A dor então sentida é pior que a de um tiro,
que não mata ninguém com o peito vazio,
mas que liberta o ser do amor à tirania.