SONETO MONÁSTICO
Eu também sou uma monja
(Haydée Nicolussi)
Olhos da cor do mar, é o que me diz
O teu Auto retrato, e que me importa?
O Atlântico a ignorá-la, autora, atriz,
Não pode redimi-la à história torta.
Errância própria a tramas infantis
Após miragem que já não conforta,
Eis teu itinerário no país
Do faz-de-conta da utopia morta.
Coração de sereia? Não, só o canto
Que a tantos levou, já, para tão longe
E para sempre, um obituário e tanto.
Na areia, no silêncio ou no vento
Perdeste teu mosteiro ideal, sem monge...
Ficou teu nome às traças do momento.
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