Pelo fundo da agulha (ou “O buraco da agulha é mais embaixo”)

Penando no inclemente purgatório,

padecendo da insarável ferida,

paciente espero a hora da partida

na fé pelo porvir reparatório.

Aguardo pela idílica guarida,

fiança nas conversas de oratório,

libra divinal desse mundo inglório,

que é tudo que me coube nessa vida!

O paraíso, sonho desidério,

que faz do sofrimento, magistério

e da morte, grau à fulgente aurora!

Mas eis que o tal destino celebrado,

louvado em preces, abono ao pecado…

É pra depois… por Deus… jamais pr’agora!

Fonseca da Rocha
Enviado por Fonseca da Rocha em 09/09/2021
Reeditado em 26/09/2021
Código do texto: T7338323
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.