Réquiem

É lícito que existia um sonho de amor,

na nossa reunião de mínguas arfantes,

soprando restos, procurando ainda o calor

das fantasias nunca desvanecidas antes.

é lícito que o que aparentava sedutor,

no hipotético flerte de caminhantes,

acaso fosse fugir do tal vazio opressor

que sorviam nossas ideias ambulantes.

À vista disso, já que tudo que deveria

muito germinar de nós, nem nasceu,

origem estéril que em terra minguaria.

Queixam meus versos, neste soneto meu,

não ao óbito de um amor - que não existia -

mas de um desejo de amor que padeceu...

Samira Vilaça Araújo
Enviado por Samira Vilaça Araújo em 24/11/2021
Código do texto: T7392757
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