Posseira

 

Desejo o lado meu que não conheço,

aquele que me foi negado à vida,

e deixa aberta, em mim, voraz ferida,

o que me torna triste, desde o avesso.

 

Desejo, sim, da origem, o começo,

do chão que me pertence fui banida,

porém, o tempo agora me convida

a retirar, dos véus, o mais espesso.

 

Eu quero tudo que me foi negado,

se necessário for, eu rompo e invado

os campos ancestrais, o gládio em riste.

 

Combaterei na pátria da memória,

que traz no ventre a minha própria história,

até que o meu lugar, enfim, conquiste.

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 11/02/2022
Reeditado em 11/02/2022
Código do texto: T7450085
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