Soneto da Flor na feira

Ah, desses azuis seus! Tesos alados.

Celestes em dia de fazer feira,

Na curta manhã que cintila inteira,

Que é só de seus olhos aventurados.

É que esses meus olhos riscam largados

E anseiam morrer cegamente à eira,

Na faca do ofício a matar-ribeira

Do seu Luzidio oásis, orbitados...

Pois que meus feirantes olhos castanhos

De luxentos, dizem dos mais tamanhos

Méritos e um único e só primor.

Dum rabisco em “versos olhos” e a esmo,

Deserto-me a ti, para sempre, mesmo

Tendo mais Amado Jorge o escritor.

17-1-006 01:30 h