Saudades
Aqui do outro lado da saudade
Não há brisa, luz, mar, tampouco o calor
Que outrora brincavam à vontade
Em dias, tarde e noites de amor.
Só há tristeza na profundidade
Onde a paixão castiga no furor
Perverso, virtuoso da maldade
De transformar tamanha paixão em dor.
Quisera-me absorto... não consigo.
Afogo na manhã em tua imagem
Na ânsia da tarde como abrigo,
Pra no crepúsculo tê-la miragem
Na tristeza de teu melhor amigo,
Que aguarda a noite noutra viagem.