Calidez
A incerteza da noite me fascina.
Amiúde me flagro a contemplar
O orvalho que desponta da neblina,
O mistério que divaga pelo ar.
Em que pese a candura da rotina
Hoje prefiro a calidez solar.
Não quero a bruma que se descortina,
Nem um enigma para decifrar.
Minh’alma frágil brada por calor
De tal modo que não posso me opor
A esse grito que ressoa sem fim.
Assim, despeço-me da noite agora
Refugiando-me no seio da aurora
Que repousa seus braços sobre mim.