MÁSCARA

Sem metro, sem rima, sem pausa, sem cor,
perdidos no espaço, sumiram de vista;
são mil fragmentos... por mais que eu insista,
eu não reconheço um pedaço, um valor

daquilo que outrora chamou-se razão.
São tantos pedaços que ao mundo entreguei...
O mais puro afeto, ao capricho da Lei
escapa de mim, e eu não tenho noção

daquilo que espera por mim de ora em diante.
Então já não quero mais ser comportada,
eu rompo com tudo e caminho adiante,

cantando revolta e tristeza guardada.
A vida é cruel, é uma dor delirante:
a poesia mascara essa dor tão danada.


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