Cartas de Inverno

Quando o sol repousou por detrás das matas tênues

E fechei as janelas para não entrar o vento frio do Norte,

Eu assentei à pequena mesa de canto para escrever-te.

E vi que meu coração ardia por cada traço narrado.

Minhas mãos de jovem vetusto regavam as memórias no papel,

E uma tristeza finita me assediava qual infame dor da saudade.

A amargura da distante presença de querida alma, minha amada,

Sustentava meus desejos aprisionados nesse inverno solitário.

Quando a lua surgia vagarosa e bela na seda negra do céu

Eu fazia fugir dentro de meu coração o dolorido sentir da melancolia

Entre o verso e a canção que brotavam a imagem sagrada de sua existência.

Eu fazia cartas que aprofundavam meus fantasmas e delírios

Cremando no alvorecer de cada dia as lembranças passionais

De nossa história gravada nas cordas cristalizadas do meu coração.

Luciano Cordier Hirs
Enviado por Luciano Cordier Hirs em 28/06/2022
Código do texto: T7547586
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