INQUIETAÇÃO VI

INQUIETAÇÃO VI

Vela aberta, mar bravio, barco ao vento

Velejei noutras vidas, noutros mares

Onde talvez esqueci dos meus penares

Achei minha rota, me perdi no pensamento

Deslumbrado com esse louco e vão momento

Não estava aqui e nem em todos os lugares

Errei buscando-me na terra ou nos ares

Aportei enfim no cais do esquecimento

De vento em popa, a todo pano, rumo norte

Entregue às vís procelas, à minha sorte

Sou simples poeta, navegante, sou sonhador

E no soprar desse vento “saudade-forte”

Sinto abrandada a dor com minha morte

Então serei silêncio, sou paz, fui o amor!

Francisco Monteiro
Enviado por Francisco Monteiro em 27/11/2007
Código do texto: T755218
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