INQUIETAÇÃO VI
INQUIETAÇÃO VI
Vela aberta, mar bravio, barco ao vento
Velejei noutras vidas, noutros mares
Onde talvez esqueci dos meus penares
Achei minha rota, me perdi no pensamento
Deslumbrado com esse louco e vão momento
Não estava aqui e nem em todos os lugares
Errei buscando-me na terra ou nos ares
Aportei enfim no cais do esquecimento
De vento em popa, a todo pano, rumo norte
Entregue às vís procelas, à minha sorte
Sou simples poeta, navegante, sou sonhador
E no soprar desse vento “saudade-forte”
Sinto abrandada a dor com minha morte
Então serei silêncio, sou paz, fui o amor!