Soneto
Você sabe me dizer quando a vida
Desnuda-se de força e valentia
E seca de quimeras cai vazia
Plangente e dormente e esvaída?
Que fator determinante obriga
Que a luz torne-se baixa pra que o frio
Congele a alma até apagar seu brio
Se você sabe, por favor, me diga
Diga-me pra que eu viva em paz sabendo
O ensejo que antecipa o meu fim
A pungente véspera da minha noite
Diga-me pra que eu durma conhecendo
O veneno que se implantará em mim
Entregando-me finalmente à morte