Soneto 6

Se a minha vida do áspero deserto

e tanto afã puder me renovar,

que por força maior eu possa olhar

na tez de sua alma, o meu amor, liberto,

e seu doce olhar me deixar incerto,

e seus louros cabelos me afagar,

e sua face pura me encantar

com tanto amor bom, e forte, decerto,

e tanta força ei de tirar do pó,

que verá as minhas fortes intenções,

que guardei, que chorei, que vivi só.

Se a coragem nega os bons corações,

que não seja tal a minha amargura

que me impessa de lhe fazer canções.

Aprendiz
Enviado por Aprendiz em 01/12/2007
Reeditado em 01/12/2007
Código do texto: T760169