Idiossincrasia
Levanta-te, oh alma, vence os abismos,
Sobrepõe os desejos com a tua dor.
De todo o sofrimento, o paroxismo
- Pérfida semente do meu amor...
Que idiossincrasia essa fúria minha!
Negra ilusão que tu em mim plantaste.
Sou ser miserável , visão mesquinha,
De vida inconsútil e sem contraste.
Nos ossos que pendem, tão descarnados,
Medo da vida e da morte também
E os fantasmas dos meus erros passados.
Sinto-me morta, meu corpo é vão.
Somente o espírito ‘inda existe,
Dançando, perdido, entre o céu e o chão...