Saudade
É presença em meu peito, como doença,
Magoada, plangente e profunda algesia.
Vazia, doída e insana descrença,
Tão funda, tão densa, a causar nostalgia.
Qual folha no vento - tão simples assim,
Que mira no céu e queda-se ao chão.
Por vezes a sinto bem dentro de mim
Em outras, distante, mui vaga ilusão.
Mas grassa o silêncio, na ausência do verso.
Retalho da essência d’um sonho feliz,
Memória distante e universo reverso.
Transcendem o verbo as lembranças sutis
Q’enterram magias e encantos diversos.
- Saudade escondida por trás do verniz.