O poeta

 

Poeta morre um pouco todo dia,
Sua alma escapa sempre em cada verso,
Em cada sentimento tão diverso,
Na dor que o movimenta e que o excrucia.

 

E vive sem viver e à revelia
Exalta a vida em tempo tão adverso,
Mergulha nos porões do metaverso
A propagar no espaço a poesia. 

 

Sucumbe a cada instante e ressuscita,
Renasce em cada linha bem escrita
E morre sem morrer a cada instante.

 

Caminha sobre o fio da navalha
Enquanto versos pelo mundo espalha
Embora o encanto, em si, o desencante.

 

Edir Pina de Barros

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 21/01/2023
Reeditado em 22/01/2023
Código do texto: T7701012
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