SONETO DO RATO
Do rato o rasto em mijo e imensa gula
Notórios são que todo mundo manja
Bem como o fim de praga assim que há bula
De coisas tais e, se não há, se arranja.
É pouco o que se diz e se especula
Da farra do roedor, do que se esbanja
E em termos rasos e em prosa bem chula
Vira notícia agora em toda a granja?
Talvez, mas muita gente evoca a cura
De mal imundo e pertinaz, que cansa
A quem sustenta a coisa enquanto dura.
Caluda, então, sigilo na festança,
Segredo na receita que madura...
Que o rato agora come, e logo dança.
.