Simulacro da Dor

Eu trago em mim latente um verso mudo,

Que dilacera e sangra, mas não grita

Perfura minha garganta, sobreagudo,

Sem eco, e que lá dentro regurgita.

Carrego em mim a dor que, sem remédio,

Atravessa-me o peito em vil tormento,

Sobrecarrega minh’alma em assédio,

Transfigurando-me em abafamento.

Que vem e toma conta do meu senso,

Amolda o universo como eu penso

E faz a fantasia florescer...

Rasgo de inspiração que me permeia,

Enreda-me e tece a sua teia

- Espécie de arremedo d’um planger.

Magmah
Enviado por Magmah em 10/12/2007
Reeditado em 10/12/2007
Código do texto: T772327
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