SONETO GLAUQUIANO

SONETO GLAUQUIANO

Sonetista cego, e de tecla afiada

Cria mil clichês, e escreve palavrão;

Do pé lambe do calcanhar ‘té o dedão

Nem a meia lhe escapa duma cheirada!

Corre sempre atrás da molecada

Fiel adorador d’um sujo chinelão

Que com a língua limpa, nunca com a mão

“Isso é coisa que não se troca por nada!”

O seu nome Glauco nunca foi garboso

É de pés e botas ardoroso amante

Estilo inconfundível –mas vicioso!-

Homem talentosíssimo desde infante

Adotou ao sobrenome de Mattoso

É cego, porém tudo vê. Não se espante!

Francisco Monteiro
Enviado por Francisco Monteiro em 12/12/2007
Código do texto: T775367
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