SONETO DA MINHA MORTE
SONETO DA MINHA MORTE
É triste e horrendo o lugar de onde venho
Trago um coração carregado de saudades
Apesar da solidão e de todas as maldades
Em mim um puro amor ainda retenho.
Nos detalhes pequenos eu me atenho
Inda uso a minha nobre lealdade,
Ela traiu-me, inda a amo de verdade
Dos olhos meu pranto cai (não me contenho)
Deito na cama pego um livro para ler
Lá fora o vento urra, e a tempestade
Bate à porta num quase amanhecer...
Ouço passos: É a morte que me invade:
Ela vem depressa, vem louca, vem me ver
Jaz no meu peito um amor, uma saudade