Calidez

Respiro-te na emissão ardente do vento,

na linguagem do mar, ouço de ti, um segredo,

procuro-te na escuridão tácita, e tenho medo,

que não se revele além da cena que invento.

Ilustro-te no chão, mas escapas. E tento,

na curvatura do teu corpo, expor um dedo,

e retorquia-me a solidez de um rochedo,

que esmaga e macera o discernimento.

Encontro-te entre as canções e as rosas,

um violão derrama risos à nossa frente,

repouso no teu colo, e a calidez acalma.

E sobre as cordas, flutuam as mariposas,

Ah… doloroso não poder, libertinamente,

arrebatar um acorde da tua doce alma…

Samira Vilaça Araújo
Enviado por Samira Vilaça Araújo em 17/04/2023
Reeditado em 28/11/2023
Código do texto: T7766200
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