SONETO DO AMOR INCONSEQÜENTE
Hoje, eu quero a dor indesejável
quero a ânsia louca do impossível
quero o absurdo mais palpável
quero me perder no paraíso
Não quero a sanidade aceitável
nem quero a palidez da retidão
quero sem pudor e sem juízo
deixar-me enlevar pela paixão
Quero hoje a loucura condenável
dos amantes que se deixam enlear
no ardor de um prazer incontrolável
no prazer de conjugar o verbo amar
Só quero hoje a redenção benevolente
em nome desse amor inconsequente.