SONETO ENFERMO

Geme o soneto, enfermo, na tristura

Amargo, sofrente, no acaso padece

Trova assim dura, por que o merece

Ferindo a poética com tanta loucura?

Ó sensação peia, ó teia sem ternura

Se o versar ouvisse a súplice prece

Da emoção, e o leve rimar pudesse

O verso seria o que o alívio procura

Como chora a estrofe no desengano

Escorre pela mão somente o flagelo

Deixando o versejar maldoso, tirano

Sim, é a sorte, num ousado atropelo

E o emocional com sentimental plano

Pondo o cântico em vicioso pesadelo

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

20 maio de 2023, 16’06” – Araguari, MG

No Canal do YouTube:

https://youtu.be/FIarfKfpTjY

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 21/05/2023
Código do texto: T7793913
Classificação de conteúdo: seguro