Europa e o touro branco
Nua e alva, deitada em um leito de flores,
Que lhe serve de ninho, a bela criatura,
Europa, doce o riso, em graciosa doçura,
Com seus olhos de sol o dia todo colore.
Um sonho, um quê de amor o deus lhe transfigura;
E serena, deitada, mostra em toda a pureza,
Desde as curvas do seio à forma da beleza,
A harmonia ideal de uma beleza pura.
Vendo-a nessa doçura e nesse meigo enlevo
De Vênus maternal que pelo filho anseia,
Julgo vê-la acordar lentamente do sono,
E, na mesma atitude a que o desejo a obriga,
Levantar-se à minha frente, serena e alva,
Na suave expressão da formosura antiga.