Alegoria
Amor, a nossa vida não é essa
E, avessa a essa ilusão, fico sem rumo.
A noite, sem poesia, vai depressa,
Fazendo do meu sonho um só resumo.
Vislumbro uma vigília que não muda,
No entanto esse sonhar se faz disperso.
Resulta numa rima tão sisuda,
Qu’inda é capaz de entristecer meu verso.
Por vários descaminhos, nesse impasse,
Em busca de um destino que não flui,
Padeço num combate tão pugnasse!
Na sombra, em que me perco e não m’inclui,
Faço dessa quimera o meu disfarce
- Imagem da mulher qu’inda não fui.