O ninho

Da montanha alterosa entre os verdores

Pendura-se a coisinha alva de neve

onde iremos, querida, muito breve,

aninhar nossos líricos amores.

Ali, de nossa vida a essência leve

iremos a entornar por entre as flores,

até que deste pélago de dores

um dia a asa da Morte nos eleve.

Então, juntos ainda, partiremos

como um casal de pombos arrulhantes

para o pombal azul que a Lua encerra ...

E de lá, meu amor, contemplaremos,

com saudade, talvez, o ninho d’antes

que ficará vazio sobre a Terra ...

ROGERIO WANDERLEY GUASTI
Enviado por ROGERIO WANDERLEY GUASTI em 22/07/2023
Código do texto: T7843399
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