Triste

Perdido no vazio desta folha,

Busco um verbo sem nome e sem razão.

Rimo a sombra contida em meu jargão

Ingrato ao que restou sem que eu escolha.

Separo um mesmo verso quatro vezes,

Outras vezes entalho um corpo azul.

Não mais quero saber do vento sul,

E escondo a minha mágoa pêlos meses.

Se luto pela letra que me resta,

Largo a luta em favor do meu querer,

Volto ao céu sem ainda poder crer,

E escrevo a mesma fase em minha testa:

Perco a folha que escrevo no vazio,

Morro ao lado da sombra de outro rio.