Soneto destituído

Parece, ou eu me engano, que a solidão

De repente deixou o prazer no passado

O letrando, o cântico, agora desafinado

Se vai o sentimento cheio de sensação

Por que não há vão, que não vá ao chão

Da saudade, da dor do falto, tão pesado

Até de aflição pulsa o versar atordoado

Nem uma voz se ouve vinda do coração

Um usurpar da feição poética, advieste

Deixando a prosa triste, num desvario

E de lágrima tétrica a poesia se reveste

Nesta carência da alma, foi-se o gentio

Sentido, e sem que a emoção lhe reste

Assim, destituído de gesto, terno feitio

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

7 setembro, 2023, 6’57” – Araguari, MG

Canal do YouTube:

https://youtu.be/hqg9jvmmyS4

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 07/09/2023
Código do texto: T7879964
Classificação de conteúdo: seguro