IMPRECISÃO

Tão incerto quanto são os balanços das marés
E quantos peixes cairão na rede do pescador
É inconstante para mim este teu amor
Porque nunca me declaras ao certo quem tu és!

Varo noites, madrugadas a tentar te desvendar
Nesse instante, o vento sul açoita a mangabeira
E eu nesta imprecisão me perco de tal maneira
Que de mim nada sei se não for pra te amar!

Quisera tão somente, tomar-te de tal desejo
Que nada te desviasse do ensejo por meu colo
E que salivasses à memória do meu beijo...

Porém tal presente por ti me foi negado
Não obstante a isso ainda te amo tanto
Que fiz de ti acalanto, centelha_ o verso sagrado.